claudemir pereira

Momento é de união e não de CPI, fala o líder do governo na Câmara


Foto: Gabriel Haesbaert (Arquivo Diário)/

O Republicanos é, juntamente com o PSB, o partido que mais cresceu em Santa Maria, se o critério for a quantidade de votos e de parlamentares eleitos no pleito de 2020.

E, na correlação de forças atual, é também da bancada do governo no Legislativo, inclusive com seu presidente, o vereador Alexandre Pinzon Vargas, alçado à condição de líder e principal defensor oficial dos interesses do Centro Administrativo Municipal na Câmara. É com ele que a coluna conversou, em entrevista eletrônica, nesta semana. Confira o resultado, a seguir:

Claudemir Pereira - Como líder do governo na Câmara, qual a avaliação sobre a existência de três CPIs que têm o governo como alvo?

Alexandre Pinzon Vargas - CPI agora, no meu ponto de vista, é um erro, pois temos que nos unir neste momento em que temos um inimigo em comum que é esse vírus. E temos que somente atingir esse vírus com a vacinação. Agora, vamos começar a vacinar nossos professores e trabalhadores da educação, é isso que temos que fazer. Ainda assim, é legítimo que os vereadores o façam. Mas estamos, como governo, trazendo transparência principalmente sobre saúde. Tanto que o secretário Guilherme Ribas e os servidores da pasta já vieram à Câmara de Vereadores pelo menos três vezes, pessoalmente, antes mesmo de serem convocados pela CPI.

CP - O Republicanos é um partido que cresce em Santa Maria. Uma prova é o fato de ter dobrado sua bancada no Legislativo municipal, ficando abaixo apenas das siglas tidas como maiores. Qual o limite da agremiação?

Vargas - Pensamos em aumentar o número de vereadores na próxima eleição e talvez até mesmo apresentar candidato competitivo a prefeito.

CP - Qual a posição do Republicanos em relação ao pleito de 2022. Seguirá apoiando candidatos de fora da cidade ou Santa Maria também terá seus concorrentes?

Vargas - O partido terá e apoiará candidatos de fora e também vai apresentar candidatos de Santa Maria, especialmente à Assembleia Legislativa.

CP - Para fechar, qual o seu próprio futuro, como possível candidato a deputado ou mesmo sobre a presidência do Republicanos em Santa Maria?

Vargas - Com relação à candidatura, nem a agremiação, nem eu, temos interesse de concorrer no próximo ano. Já quanto à presidência do Republicanos, que em Santa Maria tem uma Comissão Provisória, dependerá do partido. Sou um soldado e estou pronto para coisas maiores, embora, no momento, outra função ou candidatura estejam descartadas.

Uma eleição que (ainda) não entusiasma

É fato: a "pesquisa de opinião", uma invenção para substituir a já afamada e afirmada Consulta à Comunidade Universitária e uma alegada tentativa de garantir que a vontade da maioria seja resguardada na escolha do próximo reitor da UFSM, simplesmente não consegue empolgar os campi da instituição.

É possível até entender que a prudência talvez recomendasse mesmo o método adotado. No entanto, o próprio afastamento de entidades como a Assufsm (dos técnicos administrativos) e a Sedufsm (dos professores), além da ausência igualmente confirmada do DCE (liderança estudantil) transformou o processo em algo bastante menor do que a universidade já assistiu, desde metade dos anos 1980. À época, relembre-se, a comunidade universitária passou a eleger os reitores da UFSM, a começar por Gilberto Aquino Benetti.

De outra parte, e não necessariamente como decorrência das circunstâncias citadas, a existência de apenas uma chapa a disputar a preferência dos que participarem da pesquisa (que, aliás, ocorrerá no dia 24 de junho, entre 7h e 22h, nos quatro campi da universidade) também contribui para a falta de entusiasmo.

Em tempo: os que compõem a relação da "Voa UFSM" (nome da chapa única) nada têm a ver com isso. E, assim, se encaminha a escolha do atual vice-reitor Luciano Schuch, com Martha Adaime e Cristina Nogueira.

Esse trio, salvo alguma surpresa (hoje invisível no horizonte, por sinal), deve ser ungido pelos Conselhos Superiores da UFSM. E depois? Aí já dependerá de Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Milton Ribeiro. 

As escassas finanças municipais futuras

Já está na Câmara o projeto de lei do Plano Plurianual, o tal de PPA. Ele, mais que tudo, antecipa a projeção de receitas (e despesas) do município para os próximos anos. E é, também, ensaio do Orçamento para o ano seguinte.

Nesse 2021, especificamente, é a primeira vez que a prefeitura apresenta, com base no histórico e nas alternativas possíveis, o que se presume vem aí no horizonte. E o cenário, a depender do PPA, longe está de ser animador. As receitas futuras serão escassas. Bem mais que hoje, se considerar que a projeção aponta crescimento inferior à inflação estimada.

Se abstraídos os índices de inflação, o que se tem, na verdade, é uma retração nas receitas públicas santa-marienses.

Aliás, já nos números deste ano é possível constatar essa situação, que, de resto, requererá cuidados especiais no manejo do troco da comuna. Afinal, para um orçamento que prevê receitas de R$ 858 milhões, há aumento de somente 1% na comparação com o ano passado. No período, a inflação oficial esteve próxima aos 5%.

Pior ainda é o que se projeta para o próximo ano. Em 2022, imagina-se uma receita de R$ 861,6 milhões, o que significa pouco mais que 0% (sim, zero).

Como a situação não melhora para adiante, ainda que se pense em aumentos anuais na casa de 3%, a conclusão é óbvia: com tão ralo troco disponível, os gestores "inventam" receitas (normalmente transferências da União) ou o cinto deverá, definitivamente, viver apertado. E ponto.

LUNETA

TRIO DO PDT

Embora se faça muita marola, o que é próprio desse momento de atirar o anzol político, ninguém duvida que o PDT santa-mariense tem três nomes (algo inédito, por sinal) para concorrer em 2022, seja a deputado estadual ou federal. No caso, Paulo Burmann, Luiz Henrique Barbudinho e Luci Duartes. Já uma possível pretensão de colocar o reitor da UFSM na chapa ao Senado tem jeito, cara e cheiro de delírio.

FANTINEL "ON"

O deputado emedebista Beto Fantinel, que, por conta da Covid-19, até o fechamento desta coluna, continuava internado (e melhorando), tem recebido bastante solidariedade desde que foi acometido pelo vírus, especialmente de adversários. O fato mostra que a política pode, sim, ser exercida com seriedade e firmeza, mas também com espíritos libertos de maldade. Ponto para os envolvidos.

QUER DIZER...

Se o deputado emedebista encontra apoio entre os seus e através dos que lhe fazem oposição política, há ao menos um porém. Com a palavra, um militante (que fala em off - para "não me incomodar", disse) da linha de frente do MDB: "líder maior do MDB de Santa Maria, Roberto Fantinel prega conciliação e diálogo, mas a base parlamentar municipal é beligerante e pouco propositiva. Uma lástima!"

SEM VISITA

Enfim, não aconteceu nesta sexta, 28, como a coluna informava semana passada, a visita à cidade do presidente da Assembleia, Gabriel Souza (MDB). A causa para o cancelamento, segundo sua assessoria, é a ausência do "covidado" Beto Fantinel, que o acompanharia. Um dos encontros que foi para o vinagre está com o reitor da UFSM, Paulo Burmann. Nova visita haverá, ainda sem data.

PARA FECHAR

Não se sabe a que, ainda. Suspeita-se que a Senador, embora não se descarte a disputa ao Piratini ou até a Câmara. O que, porém, se considera certo é a candidatura a algo, em 2022, do vice-presidente Hamilton Mourão. O provável é que seja no Rio Grande. Mas não se sabe, também, se será pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), ao qual filiou-se para compor a dobradinha com Jair Bolsonaro.

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